Já está mais do que claro que a pandemia da COVID-19, iniciada em março de 2020, teve impactos significativos, de diversas maneiras, no sistema de saúde como um todo. E é claro que a gestão de planos de saúde, individuais ou empresariais, também sentiria esses reflexos.
Mesmo que eles demorem um pouco mais para aparecer.
Vamos explicar.
A maior mudança aos planos de saúde trazida pela pandemia foi, inicialmente, a suspensão de qualquer reajuste nos contratos durante todo o ano de 2020. Os reajustes são sempre definidos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) considerando números do ano anterior.
São avaliadas as taxas de sinistralidade, VCMH (Variação do Custo Médico-Hospitalar) e fatores como o envelhecimento da população. Mas a suspensão do reajuste não significa que ele não aconteceu. A mesma ANS permitiu que a taxa, de 8,14%, fosse parcelada em 12 vezes durante este ano.
Serviços menos procurados
O segundo impacto foi sentido nos índices de 2020 para definição do reajuste em 2021. Por incrível que pareça, o volume de procedimentos médicos durante a pandemia em 2020 caiu em relação a 2019.
Isso pode ser explicado por dois fatores principais. O primeiro é que, com a pandemia, muita gente suspendeu serviços agendados não-urgentes, como cirurgias e exames (que costumam custar mais caro aos planos). Na verdade, grande parte das prefeituras e governos estaduais editaram decretos para suspender esses procedimentos em hospitais.
O segundo motivo é que o SUS (Sistema Único de Saúde) assumiu boa parte dos atendimentos complexos referentes à COVID-19. Diante do aumento da demanda e sufocamento do sistema, gestores públicos se viram obrigados a comprar leitos particulares e transformá-los em leitos do SUS.
E agora?
Há mais um fator a ser considerado. Também de modo surpreendente, o número de usuários de planos de saúde aumentou durante o ano de 2020, mesmo com o desemprego em alta e a crise econômica trazida pelas medidas de restrição.
Isso mostra que o brasileiro se desdobrou para garantir um acesso mais digno à saúde em meio à pandemia.
Combinados, esses fatores levaram a uma deflação inédita no sistema de saúde suplementar. Ou seja: pela primeira vez na história, o custeio das operadoras de planos de saúde diminuiu em relação ao ano anterior: 4,64% a menos, para ser mais exato.
Por isso, o reajuste deste ano, que já foi definido pela ANS e repassado ao Ministério da Economia, mas que se mantém em segredo, é uma incógnita. O índice deve ser divulgado até o início do mês de julho.
O reajuste zero ou uma eventual queda de preços poderia levar a uma enxurrada de novos usuários e a um aumento também recorde da demanda, o que ocasionaria um reajuste bastante elevado em 2022. Ou, na pior das hipóteses, poderia levar algumas operadoras à falência.
E as empresas?
Gestores de empresas responsáveis pela administração do plano de saúde devem ficar atentos ao reajuste aplicado pela ANS para a discussão de renovação dos contratos – ou para novas contratações.
É importante lembrar que o índice da ANS vale apenas para planos individuais, contratados por pessoas físicas. Mas é evidente que gera um reflexo também em planos empresariais, mesmo que a ANS estabeleça que nesses casos a negociação é livre entre empresa e operadora.
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